3. INTRODUÇÃO A UMA COMPREENSÃO DIALÓGICA CRISTÃ DA PESSOA HUMANA APLICADA AOS DIREITOS HUMANOS

Autores

  • Lucas Oliveira Vianna
  • Matheus Carvalho Dias

Palavras-chave:

direitos humanos; pessoa humana; princípio dialógico; cosmovisão cristã; alteridade

Resumo

As concepções clássica e moderna de pessoa humana são problemáticas para lidar com questões éticas complexas e fundamentar adequadamente a responsabilidade intersubjetiva inerente à noção de direitos humanos. Compreendendo essa limitação e com o fito de desenvolver uma abordagem cristã confessional ao tema, o presente estudo visa a abordar o ser humano a partir de suas dimensões dialógica e teleológica, enquanto ente criado com o fim de se relacionar com o próximo e com o ser divino pessoal, bem como examinar as consequências de tal enfoque para o campo dos Direitos Humanos. Para tanto, utiliza-se o método indutivo, através da revisão bibliográfica das obras de Emmanuel Lévinas, Martin Buber e Hans Urs von Balthasar. Conclui-se que a cosmovisão judaico-cristã apresenta uma perspectiva altamente relacional e intersubjetiva da ética e da pessoalidade e que, portanto, uma compreensão cristã da pessoa humana não pode prescindir do entendimento de sua dimensão teleológica, consistente em relacionar-se com os outros e com seu Criador

Referências

AUTOR DESCONHECIDO. Institutes de droit naturel privé et public et public et du droit des gens.2. ed. vol 1. Paris, 1876.

BALTHASAR, Hans Urs von. A Theology of History. New York: Sheed and Ward, 1963.

BALTHASAR, Hans Urs von. On the concept of person.Communio: International Catholic Review, Washington, n. 13, p. 18-26, spring 1986.

BERTHOUD, Jean M. Uma Religião sem Deus: os direitos humanos e a Palavra de Deus. Trad. Paulo Athayde Ribeiro. Brasília, DF: Editora Monergismo, 2018.

BOÉCIO. Contra Eutychen et Nestorium, III, 170. In; BOÉCIO. Escritos(OPUSCULA SACRA). Tradução, introdução, estudos introdutórios e notas Juvenal Savian Filho. Prefácio de Marilena Chauí. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

BRESOLIN, K. Autonomia versus heteronomia: o princípio da moral em Kant e Levinas. Conjectura, Caxias do Sul, v. 18, n. 3, p. 166-183, set./dez. 2013. Disponível em:

<http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/download/2211/1421>. Acesso em: 15 ago. 2019.

BUBER, M. Do diálogo e do dialógico. São Paulo: Perspectiva, 1982.

BUBER, M. EU e TU. Trad. Newton Aquiles von Zuben. 10. ed., 4. reimpressão. São Paulo: Centauro, 2006.

COELHO JUNIOR, N. Da fenomenologia à ética como filosofia primeira: notas sobre a noção de alteridade no pensamento de E. Lévinas. Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro , v. 8, n. 2, ago. 2008. Disponível em:

<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=s ci_arttext&pid=S1808- 42812008000200007&lng=pt&nrm=iso>.

Acesso em: 15 ago. 2019.

CORTES, Bianca Antunes. Ética é limite. Trab. educ. saúde, Rio de Janeiro , v. 3, n. 1, p. 31-49, Mar. 2005. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_a rttext&pid=S1981- 77462005000100003&lng=en&nrm=iso>.

Acesso em: 10 set. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S1981- 77462005000100003.

DESCARTES, R. Discurso do método. Trad. J. Guinsburg & B. P. Júnior. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983

DÉSCARTES, R. The philosophical writings of Descartes. In: COTTINGHAM, J; STOOTHOFF, R; MURDOCH, D, orgs.The correspondence. vol. 3. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.

DOUZINAS, C. O fim dos direitos humanos. Trad. Luzia Araújo. São Leopoldo: Unisinos, 2009.

FRANKL, V. Sede de Sentido. Trad. Henrique Elfes. São Paulo, Quadrante, 1989.

HIEBERT, P. G. Transformando cosmovisões: uma análise antropológica de como as pessoas mudam. Trad. Carlos E. S. Lopes. São Paulo: Vida Nova, 2016.

LASSUS, A de. Action familiale et scholaire. Supplément au n. 64, 1985.

LACERDA, B. A. O Direito e os desafios contemporâneos do conceito de pessoa. Pensar: Revista de Ciências Jurídicas, Fortaleza, v. 22, n.1, p.89-107, jan./abr. 2017.

LÉVINAS, E. Autrement qu’être ou au delà de la essence [1974]. Paris: Livre de Poche, 1978.

LÉVINAS, E. Entrevistas com Emmanuel Lévinas. Cadernos de Subjetividade. São Paulo, v. 5, n. 1, p. 09-38, dezembro, 1997. (publicações originais das entrevistas: 1982 e 1986).

LOCKE, John. Ensayo sobre el entendimiento humano.México: Fondo de Cultura Económica, 1986.

MACINTYRE, A. After Virtue: A Study in Moral Theory. 3 ed. Notre Dame: University of Notre Dame Press, 2007.

MALDONADO-TORRES, N. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO- GÓMEZ, S; GROSFOGUEL, R. (eds.). El giro decolonial. Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Iesco-Pensar- Siglo del Hombre Editores, 2007, pp. 127-167

MARTINS, J. S. A Existência Intersubjetiva em Martin Buber. Argumentos, Ano 2, N°. 4 - 2010.

MORAES, F. T. de. Prefácio.In: BERTHOUD, J. M. Uma Religião sem Deus: os direitos humanos e a Palavra de Deus. trad. Paulo Athayde Ribeiro. Brasília, DF: Editora Monergismo, 2018.

OESTREICHER, P. Thirty years of human rights. The British Churches' Advisory. Forum on Human Rights, 1980. Tradução de John Stott.

PALMER, P. J. To know as we are known: education as a spiritual journey. San Francisco: Harper-San Francisco, 1993.

RAY, E. Hans Urs Von Balthasar on the Notion of Person. Studia Gilsoniana, Cromwell: International Etienne Gilson Society, v. 8, n. 2, p. 319-349, abr./jun. 2019.

RES. Reformed Ecumenical Synod. Testimony on Human Rights. Grand Rapids: RES, 1983.

STOTT, J. Os cristãos e os desafios contemporâneos. rev. e atual. por Roy Mccloughry; trad. por Meire Portes Santos. Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2014.

TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Tradução: Carlos-Josaphat P. de Oliveira et al. São Paulo: Loyola, 2001-2006. 9 v.

VILLEY, M. O Direito e os Direitos humanos. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

VON ZUBEN, N. A.Tu Eterno e religiosidade no pensamento de Martin Buber.Horizonte, Belo Horizonte, v. 13, n. 38, p. 941-968, abr./jun. 2015 – ISSN 2175-5841.

WAIZBORT, L. As aventuras de Georg Simmel. São Paulo: Editora 34, 2000.

WILLAIME, J-P. O protestantismo como objeto sociológico. Estudos de Religião. Revista Semestral de Estudos e Pesquisas em Religião, ano 14, n. 18, 2000.

Publicado

2020-11-12